Quando um veículo é atingido por enchente, de um modo geral ele pode ser classificado de 3 formas:
Dano mínimo
Quando a água atinge apenas a parte de baixo do carro, molhando o carpete principalmente. Nesse caso a maioria dos veículos acaba sendo recuperado pelas seguradoras ou pelos donos quando o carro não tem seguro. É feita a limpeza e higienização do carro com troca de feltro do assoalho e limpeza de conectores elétricos e eletrônicos que passam por baixo do carpete e nas laterais baixas.
Dano médio
Quando a água atinge um pouco abaixo da altura da maçaneta das portas do carro. Geralmente as seguradoras analisam o estrago para avaliar se vale a pena recuperar o carro ou indenizar o segurado e vender o carro em leilão. A limpeza e higienização precisam envolver também bancos e forração de portas e muitos dos módulos e equipamentos dos veículos podem acabar molhados e inutilizados. Além disso, será necessária fazer a troca dos fluídos (óleo do motor, óleo de câmbio, fluído de freio, liquido do arrefecimento e etc.) e uma revisão mecânica para identificar e reparar outros danos. Se o valor da recuperação do carro superar 65% do valor da indenização, o proprietário é indenizado e o carro é vendido em leilão.
Dano máximo
Quando a água supera a altura das maçanetas e chega à altura dos vidros. Assim como nos danos médios, o carro é avaliado pelas seguradoras para ver se vale a pena ser recuperado ou se o segurado será indenizado. Na maioria dos casos a recuperação acaba ficando muito cara, pois praticamente todos os módulos mais caros precisarão ser trocados, além de air-bags e componentes eletrônicos do painel, assim os carros acabam sendo vendidos em leilão.
Quando vale a pena recuperar?
Para as seguradoras, o critério é o valor do reparo não ultrapassar 65% do valor da indenização. Por exemplo: Se um carro assegurado no valor de 20 mil reais sofreu danos de uma enchente e a seguradora calculou que a recuperação da parte elétrica, mecânica, eletrônica, estética e higienização do veículo vão custar 10 mil, ela recupera o carro e o entrega ao proprietário em perfeitas condições, como estava antes. Se a recuperação do mesmo carro custar 14 mil reais nas contas da seguradora (equivalente a 70% do valor do carro), ela indeniza o proprietário em 20 mil reais, fica com o veículo e o vende em leilão posteriormente.
Qual a vantagem de comprar um carro desses em leilão?
Você pode comprar o carro por um valor que permita recuperá-lo e voltar a circular, porém vai precisar economizar ao máximo para não ficar no prejuízo. Visitas a desmanches atrás de peças, módulos e acessórios farão parte da sua rotina, e com sorte, o motor pode não ter grandes problemas. Nesse cenário, apesar do altíssimo risco, pode ser um bom negócio para quem entende do assunto.
Outros clientes que compram esse tipo de carro são os desmanches, para aproveitar as peças de lataria, acabamento e muitas peças que podem ser reaproveitadas e vendidas para carros que sofreram roubos ou acidentes por exemplo.
Para você que ficou interessado, deixo a dica de informar-se antes do leilão através do edital com qual tipo de sinistro o veículo será vendido. Se for pequena monta, não tem grandes restrições, mas se for média monta, não poderá circular até ser reparado e passar por vistoria em oficina credenciada pelo INMETRO após os reparos. Falei um pouco sobre carros sinistrados aqui no site, veja as postagens anteriores.
Para encerrar, deixo uma reportagem muito boa sobre o assunto exibida pelo Auto Esporte. Clique aqui para assisti-la.
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